terça-feira, 23 de novembro de 2010

DECEPÇÃO

Essa esperança que eu sentia a pouco tempo era a mesma que eu sentia no começo. A esperança de que eu me livraria do inferno, acreditando que a minha vida normal como sempre foi não seria capaz de ter uma mudança como esta. Engano, ela teve, e a partir daí sinto minha cabeça como se estivesse sendo pressionada, é como eu disse uma vez que é como estar em uma corda bamba e a qualquer momento correr o risco de cair, eu cai e voltei para essa corda bamba, seguindo em frente sem desviar. Isso fez brotar uma certa esperança.

Fardados em seus locais organizados.

Nomes sendo lidos.

Vozes que surgiam em meio a muitos respondendo com numerações.

Risadas.

E uma felicidade momentânea.

Meu batimento cardíaco acelera meu nome se aproxima, e a alegria aumenta, já sinto em meu rosto o brotar de um sorriso.

Meu nome não é mencionado.

Tudo escurece.

O sorriso some.

Não me surpreendi. Já tinha lidado com isso no começo, porque seria diferente agora? Conformei-me com a situação por causa do fim que se aproximava, isso era um animo para manter firme nessa caminhada, e como um balde de água gelada eu vi o tempo se alongar. Agora estou em uma luta comigo mesmo contra essas janelas killers que não param de surgir. E mais uma vez eu vejo meus planos sendo levados nessa correnteza de injustiça.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Romance?

E foi em um show da Legião Urbana no meio da multidão que nossas mãos se encontraram, e os lábios se conheceram e não se largaram, e as musicas falavam e mostravam aos nossos olhos o que era em comum, e o tempo foi esquecido da mesma forma que muitas vezes depois seria.

Não havia um símbolo que mostrasse que estávamos juntos, simplesmente estávamos, e poderia ser representado de diversas formas, conversamos sobre isso, demos muitas risadas imaginando quais meios para representar nossa relação, uma camiseta, uma corrente e mais algumas coisas que surgiram nesse jogo de imaginar.

E do alto as pessoas eram minúsculas, estavam todas em baixo de nossas cabeças já que nossos pés estavam voltados para cima, mas a altura não era suficiente, então combinamos de um dia pular de pára-quedas.

E na praça da cidade as palavras que eram formadas como em uma fabrica de ar e cordas vocais e uma movimentação da língua, algumas ao sair desesperadas batiam nos dentes, e as frases eram montadas por essas palavras que saiam fresquinhas por entre os lábios, da mesma forma em que as perguntas eram construídas juntamente com as peles que se encostavam aos toques que eram executados, e os lábios se tornaram íntimos.

Ela disse que eu poderia a chamar de Fany, mas eu prefiro Stephanie.